terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Das Coisas do Meu Sertão



I

Falto morrer de saudade
Do tempo da minha infância
Nunca saiu da lembrança
Quando vivi com meus pais
Que hoje não vivo mais
Só tenho recordações
Uma grande confusão
Se este mundo é falsidade
Falto morrer de saudade
Das coisas do meu sertão.

II

As coisas de meu sertão é um pote uma chaleira
E uma vaca leiteira
Para fazer requeijão
Pra se comer com baião
Para a fome saciar
E um violão pra tocar
Numa noite de Soa João
Me recordo a mocidade
Falto morrer de saudade
Das coisas do meu sertão.

III

As coisas do meu sertão
Ninguém pode comparar
Tem feijão tem rapadura
Tem arroz tem mungunzá
Para a fome saciar
Todos com satisfação
E quem quiser ter confusão
Que vá morar na cidade
Falto morrer de saudade
Das coisas do meu sertão.

IV

No meu sertão tem forró
Vaquejada e cantoria
Tem amor de garantia
E não existe falsidade
Mais o amor da cidade
A cobra leva um chifrão
E depois jogam na prisão
É uma barbaridade
Falta morrer de saudade
Das coisas do meu sertão.

V

No meu sertão tem forró
Vaquejada e tem leilão
E aqui nesta cidade só existe confusão
Só se ver televisão
E estou pra não agüentar
Qualquer dia eu vou voltar
Para o meu lindo torrão
Na minha propriedade
Falto morrer de saudade
Das coisas do meu sertão.

VI

As coisas do meu sertão
É um roçado queimado
É um lindo lastro de palha
É uma fazenda de gado
É um vaqueiro afamado
Para pegar Barbatão
No seu cavalo Alazão
Cheio de felicidade
Falto morrer de saudade
Das coisas lindas do meu sertão.

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